domingo, 16 de outubro de 2011

Hierarquia dos Anjos - O Poder dos Céus


Seguindo o critério tradicional, são nove (9) os Coros ou Ordens Angélicais: Serafins, Querubins, Tronos, Dominações, Potestades, Virtudes, Principados, Arcanjos e Anjos, distribuídas em três Hierarquias.

                                                     PRIMEIRA HIERARQUIA

É formada pelos Santos Anjos que estão em íntimo contato com o CRIADOR. Dedicam-se a Amar, Adorar e Glorificar a DEUS numa constante e permanente frequência, em grau bem mais elevado que os outros Coros: Serafins, Querubins e Tronos.


SERAFINS:
 O nome "seraph" deriva do hebreu e significa "queimar completamente". Segundo o conceito hebraico, o Serafim não é apenas um ser que "queima", mas "que se consome" no amor ao Sumo Bem, que é o nosso DEUS Altíssimo.
Um Serafim é, segundo a Angelologia, um anjo de seis asas.

Na Sagrada Escritura os Santos Anjos Serafins aparecem somente uma única vez, na visão de Isaias: (Is 6,1-2)


QUERUBINS:

Em uma das interpretações, os querubins seriam anjos em segundo lugar na hierarquia celeste, logo abaixo dos Serafins.

 São considerados guardas e mensageiros dos Mistérios Divinos, com a missão especial de transmitir Sabedoria. No início da criação, foram colocados pelo CRIADOR para guardar o caminho da Árvore da Vida.(Gn 3,24) 

Na Sagrada Escritura o nome dos Santos Anjos Querubins é o mais citado, aparecendo cerca de 80 vezes nos diversos livros. São também os Querubins os seres misteriosos que Ezequiel descreve na visão que teve, no momento de sua vocação: (Ez 10,12) Quando Moisés recebeu as prescrições para a construção da Arca da Aliança, onde o SENHOR habitou, o trono Divino foi colocado entre dois Querubins: (Ex 25,8-9.18-19) Estas considerações atestam que os Querubins são conhecedores dos Mistérios Divinos.




TRONOS:

É o nome dado à categoria angelical que inspira os homens à arte e à beleza. 
São representados nas pinturas como Anjos jovens, bonitos, segurando uma harpa, uma cítara ou algum outro instrumento musical.
Seu Príncipe é Tsaphkiel (ou Auriel); este Anjo é associado com a terra. Simboliza as forças criativas em acção. Ajuda-nos a contemplar o futuro.

São extremamente sentimentais e estão sempre prontos a ajudar. Mesmo que não tenham tido oportunidades para estudar, sabem falar com perfeição sobre qualquer assunto. Exteriormente passam a ideia de retraídos e tímidos, mas na realidade, são desconfiados e procuram evitar situações que possam lhes causar sofrimento. Adoram consultas oraculares. Tem facilidade em fazer projeção astral e cortar, através dos sonhos, coisas ruins que poderiam acontecer. Tem o grande defeito de não saberem se impor, por isso sentem dificuldade em dizer "não", ficando magoados com facilidade e sofrendo calados com certas atitudes das pessoas que querem bem. São românticos e gostam de ficar sozinhos, ouvindo música ou apenas em silêncio. Doces, ternos, só conseguem produzir no trabalho quando está tudo bem, principalmente o lado afetivo. Ouvem sempre seu coração.

 Acolhem em si a grandeza do CRIADOR e a transmitem aos Santos Anjos de graus inferiores. São chamados "Sedes Dei" (Sede de DEUS).

Em síntese, os Tronos são aqueles Santos Anjos que apresentam aos Coros inferiores, o esplendor da Divina Onipotência.


                                                          SEGUNDA HIERARQUIA

São os Santos Anjos que dirigem os Planos da Eterna Sabedoria, comunicando aqueles projetos aos Anjos da Terceira Hierarquia, que vigiam o comportamento da humanidade. Eles são responsáveis pelos acontecimentos no Universo. Esta Hierarquia é formada pelos seguintes Coros de Anjos: Dominações, Potestades e Virtudes.




DOMINAÇÕES:

São aqueles da alta nobreza celeste. Para caracteriza-los com ênfase, São Gregório escreveu: "Algumas fileiras do exército angélico chamam-se Dominações, porque os restantes lhe são submissos, ou seja, lhe são obedientes". São enviados por DEUS a missões mais relevantes e também, são incluídos entre os Santos Anjos que exercem a "função de Ministro de DEUS".






POTESTADES:

É o Coro Angélico formado pelos Santos Anjos que transmitem aquilo que deve ser feito, cuidando de modo especial da "forma" ou "maneira" como devem ser feitas as coisas. Também são os Condutores da ordem sagrada. Pelo fato de transmitirem o poder que recebem de DEUS, são espíritos de alta concentração, alcançando um grau elevado de contemplação ao CRIADOR.

VIRTUDES:

As atribuições dos Santos Anjos deste Coro, são semelhantes aquelas dos Santos Anjos do Coro Potestades, porque também eles transmitem aquilo que deve ser feito pelos outros Anjos, mas sobretudo, auxiliam no sentido de que as coisas sejam realizadas de modo perfeito. Assim, eles também têm a missão de remover os obstáculos que querem interferir no perfeito cumprimento das ordens do CRIADOR. São considerados Anjos fortes e viris. Quem sofre de fraquezas físicas ou espirituais, deve invocar por meio de orações, o auxílio e a proteção de um Santo Anjo do Coro das Virtudes.

                                                         TERCEIRA HIERARQUIA

É formada pelos Santos Anjos que executam as ordens do Altíssimo. Eles estão mais próximos de nós e conhecem a fundo a natureza de cada pessoa que devem assistir, a fim de poderem cumprir com exatidão a Vontade Divina: insinuando, avisando ou castigando, conforme o caso. Esta Hierarquia é formada pelos: Principados, Arcanjos e Anjos.

ARCANJOS:


A ordem tradicional dos Coros Angélicos coloca os "Arcanjos" entre os "Principados" e os "Anjos". Pelas funções que desempenha, acreditamos que ele deve estar colocado no mais alto Coro dos Santos Anjos. Gabriel também é chamado de Arcanjo, e da mesma maneira que Miguel, através das páginas da Sagrada Escritura, vê-se que é conhecedor dos mais profundos Mistérios de DEUS, inclusive foi Gabriel quem Anunciou a MARIA que Ela estava cheia de graças e tinha sido escolhida pelo CRIADOR, para MÃE DE DEUS. Por outro lado, também Rafael é denominado pela Igreja como um Arcanjo. A respeito de Rafael, no Livro de Tobias, ele mesmo confirma que está diante de DEUS:

"Eu sou Rafael, um dos sete Anjos que estão sempre presentes e tem acesso junto à Glória do SENHOR". (Tb 12,15)

ANJOS:


Os Santos Anjos recebem as ordens dos Coros superiores e as executam. Outro aspecto que não pode ser esquecido, é o fato de que os Santos Anjos, guardadas as devidas proporções, estão mais perto da humanidade e por assim dizer, convivendo conosco e prestando um serviço silencioso mas de valor incomensurável à cada pessoa. O CRIADOR inspirou o escritor sagrado no Livro Êxodo, da Bíblia Sagrada: "Eis que envio um Anjo diante de ti, para que te guarde pelo caminho e te conduza ao lugar que tenho preparado para ti. Respeita a sua presença e observa a sua voz, e não lhe sejas rebelde, porque não perdoará a vossa transgressão, pois nele está o Meu Nome. Mas se escutares fielmente a sua voz e fizeres o que te disser, então serei inimigo dos teus inimigos e adversário dos teus adversários". (Ex 23,20-22)
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sábado, 15 de outubro de 2011

Os Anjos



As primeiras descrições sobre anjos apareceram no Antigo Testamento. A menção mais antiga de um anjo aparece em Ur, cidade do Oriente Médio, há mais de 4.000 a.C.. Na arte cristã eles apareceram em 312 d.C., introduzidos pelo Imperador romano Constantino, que sendo pagão, converteu-se ao cristianismo quando viu uma cruz no céu, antes de uma batalha importante.

Em 325 d.C., no Concílio de Nicéia, a crença nos anjos foi considerada dogma da Igreja.

Em 343 d.C. foi determinado que reverenciá-los era idolatria e que os anjos hebreus eram demoníacos. Em 787 d.C. no Sétimo Sínodo Ecumênico definiu-se dogma somente em relação aos arcanjos: Miguel, Uriel, Gabriel e Rafael. Os escritos essênios, sociedade da qual Jesus fazia parte, estão repletos de referências angelicais.

No Novo Testamento, anjos apareceram nos momentos marcantes da vida de Jesus: nascimento, pregações, martírio e "ressurreição". Depois da ascensão, Jesus foi colocado junto ao Anjo Metatron.

São Tomás de Aquino foi um estudioso do assunto. Ele dizia que os anjos são seres cujos corpos e essências, são formados de um tecido da chamada luz astral. Eles se comunicam com os homens através da egrégora, podendo assim assumir formas físicas.

Os anjos eram chamados de DAIMONES pelos gregos, o que significa também gênios ou seres sobrenaturais. Nessa categoria, encontramos os obreiros de Deus: gnomos e duendes (terra); fadas e silfos (ar); salamandras (fogo) e ondinas (água).

O nome Daimones, porém, correspondente à palavra "demônio", como entendiam os autores eclesiásticos.

Tal fato desperta uma grande curiosidade sobre o tema, já que interesses religiosos fizeram de tudo para que isso não chegasse ao conhecimento popular, principalmente nas Cruzadas, onde textos e escrituras foram eliminados em nome de Deus. Os anjos (Daimones), que protegem os seres humanos, são diferentes dos Daimones, que ficam fora do nosso controle. Eles são perceptíveis ao nosso conhecimento, mas difíceis de mantermos contato, ainda que seja possível entrar em sua sintonia.

Os silfos, por exemplo, são elementos do ar que nos ajudam na propagação dos recados. Por esse motivo, quando fazemos um pedido escrito ao anjo e queimamos o papel, assopramos as cinzas (elemental fogo) ou sentimos vontade de andar para colocar idéias em ordem, como faziam os grandes filósofos. Utilizamos a força das ondinas (elemental água) para nossas emoções e os gnomos e duendes (elemental terra) para prosperidade.

Assim como estamos presos à terra pelas leis da gravidade e não podemos ficar suspensos no céu, os anjos têm dificuldades para ficar conosco na terra. O que dá consistência para sua permanência é a luz ou energia de nossa aura. De uma forma mais simples, poderíamos dizer que a aura é para o anjo o mesmo que o oxigênio é para nós. Se estamos bem, automaticamente são reforçadas nossa simpatia e presença.

Quando estamos tristes ou deprimidos nossa aura diminui e o anjo não atua, dando força ao nosso anjo contrário. Isto nos faz antipáticos. O anjo guardião, que não participa das infelicidades, pede ajuda para que outro anjo resolva nossos problemas. Ficar em sintonia com seu anjo guardião é anular, neutralizar a força do gênio contrário. Com isso sua vida há de prosperar, já que Deus é prosperidade e quer que você prospere também.

Quando fazemos uma oração, nosso anjo não ouve ou sente o pedido. Nesse momento nossa aura muda de cor e é isso que ele compreende. Quando oramos, nossa aura torna-se azul ou verde. Já quando abraçamos uma pessoa querida, ela fica cor de rosa, o que faz, com certeza, nosso anjo bater as asas no plano etéreo.

Á quem diga que os anjos estão de volta. Um pouco estranha esta frase, porque na verdade eles nunca foram embora. Analisando as religiões milenares existentes, podemos observar a presença destes seres em todas elas, seja nas mais diferentes formas e com os mais diversos nomes. Anjos são os mensageiros de Deus. São elementais, seres de luz, com todas as suas propriedades: velocidade, brilho e poder de cura. Os Anjos sempre estão ao seu lado, não importa que você nunca tenha dedicado sua vida a ele, diríamos que são nossos "treinadores" da vida, nos orientando, nos conduzindo e até mesmo nos incentivando.

Há quem os relate como os guerreiros do céu, pois são as forças de Deus, como é citado na Bíblia.
São seres ferozes, e poderosos, que lutam contra as forças do mal e do pecado.

Os Anjos são como nossos pensamentos. Não os vemos, sabemos que existem e podemos tê-los quando quisermos, sem limites! Estes seres maravilhosos podem manifestar-se a nossa volta, usando todos os tipos de artifícios necessários, para que entendamos os seus "sinais", eles tomam até mesmo a forma da figura humana. Quem já não teve na vida uma experiência, na maioria das vezes desesperadora, onde surgiu do nada uma pessoa estranha, com o único intuito de ajudar naquele momento e depois desaparecer, tão misteriosamente como surgiu?

Os anjos manifestam-se não unicamente sobre a forma humana, mas tentam nos enviar a mensagem, através de diversas formas ou sinais, devemos ficar atentos, e acolher a ajuda quando mais necessitarmos.
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Demônios Bíblicos




Os hebreus em suas origens históricas, vencidas as etapas animistas e totêmicas, cultuavam deuses [elohim] – espíritos – que, em toda Gênesis 1 até o capítulo 2 verso 3, são os responsáveis pelas criações dos céus, da terra e de tudo que neles há, numa síntese criacionista sumero-babilônica. A partir de Gênesis 2:4 um daqueles deuses, o sló Javé, ganha destaques e aos poucos, ao curso da evolução religiosa dos hebreus, suplanta os demais elohim, para se transformar no deus dos deuses [Deuteronômio 10:17], sistema monolátrico [Josué 22:22] que, num futuro viria ser o monoteísmo judaico adotado pelos cristãos, o Deus único das nações [Isaias 45:22].

A partir do momento que Javé se fez [ou foi feito] deus dos deuses, os demais deuses foram excluídos oficialmente dentre os hebreus, e a partir de então demônios passam designar quase que exclusivamente divindades de outros povos, portanto divindades pagãs ou gentias.

Aparentemente fácil identificar demônios na Bíblia, na verdade não os são. Copistas e tradutores bíblicos determinam indistintamente por demônios os anjos decaídos, os espíritos imundos e os diabos, ao lado de outras tantas identificações, dando o mesmo sentido às palavras gregas: pneuma, aggelous, diáblos e daimon, por exemplos, e isto traz confusões até mesmo a muitos dos entendidos.  

Demônios não são Diabos, aliás, Diabos não existem na bíblia o que existe é o Diabo [do grego diáblos], no singular, como tradução do hebraico Satan [Xatan] que nos deu Satanás ou simplesmente Satã, este sim, por sinal, único e também nenhum demônio.

Os Demônios nada têm a ver, inicialmente, com espíritos imundos, estes comumente identificados biblicamente pelo grego pneuma, ou os hebraicos eloim e se’irim.

Anjos, do grego aggelous, significa mensageiro [mala’k – hebraico], tanto para os bons quanto para os maus enviados, sem nenhum laço etimológico ou de atributos com os demônios.


O que seria então os demônios bíblicos? Como surgiram?

Comumente, se entende por demônios, aquelas entidades espirituais dotadas de poderes especiais, que se situam entre os humanos e as divindades, com objetivos de zelar lugares ou castigar pessoas. Sua origem provável encontra-se nas lendas e crenças dos povos da Mesopotâmia.

O grego daimon ou daimonium, em Deuteronômio 32:17 é usado para identificação das divindades pagãs, ou seja, aquelas proibidas de serem cultuadas pelos hebreus. Assim, todos os deuses estrangeiros ao povo de Deus, são denominados demônios.

No Salmo 91:6-7, o termo é designativo de praga.

Isaias 13:21, 34:14 e referências, trazem demônios como personagens folclóricos ou quase míticos dos lugares ermos, como os denominados os sátiros [hirsutos], que algumas traduções descrevem-nos seres que se apresentam como horríveis animais peludos. No apócrifo Baruc, 4:35, espíritos imundos, estão postos como habitantes dos desertos.

A tradução portuguesa mais exata para daimon é gênio, aplicado no sentido de inteligência superior, capacidade incomum.

Bíblica e etimologicamente, a princípio, Demônio não teria conotação pejorativa alguma com anjos decaídos, espíritos imundos ou diabos. A sua identificação com espíritos impuros [imundos], ocorreu pela necessidade teocrática dos hebreus manterem-se separados dos demais povos, para evitar contaminações de cultos e com isso a desagregação nacional.

Aos demônios, nas qualidades de espíritos impuros, se devem as doenças internas desconhecidas, como se por eles causadas e que nem precisava estar manifesta no individuo, bastando alguma denuncia de sua participação em cultos estranhos, para os sacerdotes determinarem sua impureza legal, e assim impedir tal enfermo [endemoniado] de participar dos atos religiosos; o interditado era, quase sempre, morto exemplarmente, por apedrejamento, para não contaminar os demais membros da nação hebréia. 

Não se pode dizer, todavia, que tais divindades seriam todas maléficas; o próprio Javé, quando irado, não é nada bom e se faz tremendamente exterminador em favor de seu povo [II Reis 19:35, Êxodo 33:2]; incrivelmente, também se volta contra os seus próprios, com a mesma fúria avassaladora, às vezes por simples desleixo [Êxodo 32:34].

A Bíblia menciona algumas divindades estrangeiras transformadas em demônios para os hebreus, dentre os quais se destacam:

Abaddón: originariamente se tratava de um mensageiro de Deus, como ministro da vingança ou executor da ira divina, conhecido como Anjo Exterminador ou Destruidor [Êxodo 12:23], que muitos estudiosos identificam o Anjo do Senhor, ou mesmo, Teofania do próprio Deus. Ganha status de demônio no Novo Testamento como “pai da perdição” ou simplesmente “perdição”, também conhecido pelo nome grego Apollyon, isto é, “remoção completa” ou “desaparição”, conforme citado no Livro Apocalipse 9:11. Alguns especialistas identificam-no demônio [na qualidade de anjo decaído] desde a rebelião celestial, todavia, permitido por Javé para aqueles atos em Êxodo 12:23.

Adramelec e Amelec: divindades dual, dos Serfavaim [região da Assíria], citadas em II Reis 17:31, que estudiosos entendem como Adar e Ana, divindades nacionais históricas daquelas gentes [transferidas para Samaria pelos assírios], que os hebreus cultuaram inicialmente com o próprio Javé, embora sem unicidade de culto, conforme II Reis 17:41, sendo que os samaritanos continuaram posteriormente a reverencia-los, enquanto os judeus de pura origem transformaram-nos em demônios.  

Asera: deusa da Cananéia, citada em Êxodo 34:13, Juízes 3:7 e referencias, assimilada e cultuada pelos hebreus, na forma de um tronco sagrado em forma de coluna ou poste, tratando-se de uma deusa protetora dos bosques e tudo que neles há, em préstimos aos homens. É comumente confundida com a deusa fenícia Astarte e na bíblia é citada no plural [aseras].

Asima: conhecida biblicamente como a deusa Sima, dos arameus de Hamat, mencionada em II Reis 17:30, muitíssima conhecida pelas inscrições helênicas. Na literatura religiosa hebraica, Sima é posta pelos assírios como divindade [demônio protetor] local, inoperante, assim como Javé dos hebreus [II Reis 18:33-34]. Parece tratar-se de divindade protetora dos vales e caminhos de Hamat e Reob, locais citados em Números 13:21. 

Asmodeu: trata-se de AsmaDaeva, divindade citada no Avesta [livro sagrado dos persas], como executora do mal [necessário] dentro do principio do dualismo da doutrina de Zoroastro,  o bem e o mal. No apócrifo Tobias 3:8 e referências, Asmodeu transforma-se num espírito maligno, denominado destruidor [samad – hebraico].

Astaroth ou Astarte: deusa fenícia que representa a fecundidade da natureza; alguns estudiosos a associam como deusa da lua [Juízes 2:13], de grande popularidade entre os povos do médio oriente e os próprios hebreus. Salomão prestou-lhe honras [I Reis 11:5].

Azazel: citado no livro Levítico 16:8 como “a perdição”, tratando-se de divindade provavelmente da Caldéia, que os hebreus tomaram de empréstimo para torna-lo um demônio, na forma animal de um bode, tido na Bíblia como bode expiatório para os pecados do povo de Deus. O apócrifo Livro de Henoc menciona referida criatura como um dos anjos que se enamorou pelas mulheres da terra. É comumente confundido ou associado com Abaddón, alguns acreditando tratar-se de uma mesma entidade.

Baal: Senhor, principal deus fenício o naturista Melcart, foi absorvido pelos cananeus, como o trovejante Baal [I Reis 16:31], conforme mais conhecido biblicamente, e que se tornou representatividade do mal para os hebreus [II Reis 23:5]; no entanto, Javé toma características do próprio Baal, ao se fazer o tonante Sló do Sinai. Para os cartagineses que também o adotaram, era excelente deus.

Baalim: os baalins citados em Juízes 2:11, deuses menores do panteão fenício, muito próximo dos bíblicos elohim [Gênesis 1:1 e referencias], depois identificados como espíritos protetores, bastante populares e cultuados inclusive pelos hebreus [Juízes 2:12-13].

Baal-Meon: o terrível [aos hebreus] Beon, divindade protetora da Palestina, cujo nome era proibido de ser pronunciado pelo povo de Javé, e por isso mudados os nomes de locais a ele consagrados [Números 32:3 e 38]. Alguns entendem esta divindade adotada dos babilônios, provavelmente o deus Sucot-Benot, mudando-se o primeiro designativo Sucot [tendas] para Baal e que Benot transformou-se em Beon, o poderoso. 

Baalzebul [Baalzabud ou simplesmente Belzebu]: cultuado pelos filisteus [II Reis 1:2 e referências], e outros povos do médio oriente, foi transformado em príncipe dos demônios para os hebreus, e assim assimilado pelos cristãos [Mateus 10:25, Marcos 3:22 e Lucas 11:15-18 e 19]. Estudos recentes apontam referida divindade como de origem fenícia, muitos lhe dando significado de Senhor das Moscas, todavia tradução mais apropriada a Baal-zabud, seria Dádivas do Senhor, e que se valia daqueles insetos, como vetores de pestilências, para castigar inimigos.

Baltesassar: mais propriamente Beltesassar, trata-se de Balat-su-usur, [Deus Protetor da Vida], divindade acadiana citada em Daniel 1: 7, cujo nome foi dado ao próprio Daniel. Baltesassar é visto como o deus Bel, principal divindade babilônica, que Isaias 46:1 já coloca numa posição inferior a um deus, e nas condições de gênio ou agente do mal em Jeremias 50:2.

Belial: aquele que serve para nada, inútil e sem valor, tornou-se sinônimo de ser abjeto, como homens perversos, em Deuteronômio 13:14. I Samuel 10:27, onde se lê os perversos, algumas traduções como Almeida diz os filhos de Belial, já a tipificar o demônio que o cristianismo viria adotar como o Poderoso Demônio, ou o próprio Diabo [Satanás], vista em II Coríntios 6:15.  Alguns identificam Belial também nos livros Daniel e Apocalipse, como o Anticristo, a Besta, o Assolador ou o Dragão, quando não apenas um anjo do mal designado para a desordem mundial.

Besta: para muitos não se trata verdadeiramente de um demônio, apenas a identificação bíblica [Daniel e Apocalipse] profética do próprio Diabo ou Satanás, nos tempos do fim. Na primeira epístola universal de João, alguns estudiosos entendem a Besta como o Anti-Cristo [I João 2:18 e referencias].

Camos: principal divindade moabita [Números 21:29] de grande prestígio entre os hebreus, tanto que o próprio Salomão lhe edificou um altar [I Reis 11:7]. Esta deidade, como todas demais estrangeiras ao povo hebreu, quando se trata de cultos, sacrifícios ou adorações, recebem conotações de consumações aos demônios ou aos ídolos, indistintamente.  




Leviatã: dragão ou animal mítico, descrito nos poemas de Ugar [em Ras Shamra ao norte da Fenícia] por volta do século XV a.C, às vezes para indicar algum cetáceo [Salmos 104:26], por outras refere-se a um crocodilo [Jó 40:25]. Em Jó 3:8 é a pré-figuração de poderoso demônio evocado pelos feiticeiros. 

Lilith: divindade notívaga babilônica, é demônio feminino bastante comum na cultura religiosa judaica e comumente citada pelos cristãos; embora não mencionada diretamente na Bíblia, alguns estudiosos, entretanto, demonstram-na figuradamente, como o espanto noturno, a seta que voa de dia, a peste que serpeia nas trevas e a morte que grassa à luz meridiana [Salmos 91:5-6], enquanto para outros, trata aquele Salmos e versículos citados, como linguagem figurada, onde o protegido de Deus não temerá assaltos abertos, tramas ocultas, doenças [pestilências da noite, tidas como doenças sexualmente transmissíveis] e mortes de encomenda. Isaias 34:14 traz essa denominação [no singular] com algumas traduções postas como corujas, mais propriamente, criaturas noturnas, que os hebreus posteriormente deram significado de “diaba notívaga” [PIBR]. 

Lúcifer, o Anjo Caído
Lúcifer, o demônio que os cristãos mais temem, o maioral de todos eles, curiosamente, não está na Bíblia.  Alguns biblistas de plantão, no entanto, apontam em Isaias 14:12-14, partes d’uma canção hebraica contra o rei babilônico, como alusão a Lúcifer; trata-se na verdade de um comparativo das glórias do grande monarca babilônico, que chegou a reivindicar honras divinas, com o esplendor de uma fulgurante estrela [vista por muitos como a Estrela d’Alva ou planeta Vênus]. Referida canção remete-nos, por analogia, a Ezequiel 28, profecia contra Tiro, onde a ascendência régia é tida como querubim ungido no Éden, depois expulso face sua soberba e outros pecados, inclusive da pretensão de igualar-se ao Criador. Daí seria dizer que Satanás ou que seja Lúcifer, tenha sido um querubim ungido, de rara beleza, etc, ou que os de Tiro [pelo monarca], que são os fenícios [grego phoinos com tradução de vermelho ou homens vindos terra vermelha], tenham sido o Adão bíblico [Adam’is, is=homem, adam do barro vermelho] que Deus um dia colocara no Éden, etc. Já a tal Eva seria. . .



Mamon: mais propriamente Mamona, significa riqueza, que Mateus 6:24 [e referências] personifica como o demônio que põe a perder os filhos de Deus, pela materialidade e luxo que o mundo oferece.

Melkart: II Macabeus 4:18-20, trata-se do mitológico Hércules, muito mais na categoria de semi-deus que de demônio propriamente dito.

Moloc: deus amonita [Levíticos 18:21, 20:2-5, II Reis 23:10 e Ezequiel 20:31], também conhecido como Melcom [I Reis 11:57e 33, II Reis 23:13 e Jeremias 40:1], bastante apreciado pelos hebreus, e que recebeu distinções religiosas até do sábio rei Salomão [I Reis 11:7].

Nergal: deus assírio [II Reis 17:30], maioral do mundo subterrâneo que ganhou conotações cristãs com o Diabo e o Inferno, advindas das assimilações e crenças hebraicas.

Demónio Lamia, Sucubus – Gravura de 1658
Nicaz: divindade de Ava, uma das regiões conquistadas pelos assírios, cuja população foi instalada na ocupada Samaria, e esse deus assimilado pelos hebreus de Samaria. Não há referencias históricas sobre Ava, e, conseqüentemente, sobre seu deus, também conhecido como Nichas. Alguns estudiosos vêem aqueles como “árabes remotos”, enquanto outros acreditam ser os bíblicos heveus [Gênesis 10:15-17] mencionados ainda em Josué [11:3] e Juízes [3:3], mas a citação maior se vê no capítulo 34 de Gênesis, quando um heveu ultrajou a hebréia Diná, filha de Jacó. De qualquer forma, em Samaria, pelo menos, o deus Nichas foi cultuado pelos heveus [II Reis 17:31] e samaritanos, e assim proibido e posto sob a pecha de demônio.

Nesroc: citado em II Reis 19:37, divindade assíria, de significado desconhecido.

Sátiros: do hebraico “se’irim” [peludos como bodes] entendidos como encarnações de espíritos maléficos [Levíticos 17:7] ou gênios que habitavam desertos ou lugares ermos, às vezes em formas animalescas desconhecidas como os citados hirsutos [Isaias 13:21, 34:14 e Baruc 4:35] – animais desconhecidos, peludos, de aparências indefinidas, cultuados [II Crônicas 11:15] o que constituía impiedade [II Reis 23:8].

Sucot-Benot: deus babilônico [II Reis 17:30], também conhecido como Secote [Tendas – Josué 13:27] Beon [Senhor Protetor], assimilado pelos palestinos como Baal-Meon.

Tamuz: Ezequiel 8:14 traz citação desse deus dos babilônios que foi adotado pelos fenícios e também cultuado pelos hebreus, entre outros povos. A tradição mostra-nos Tamuz como um dos muitos Cristos vindo ao mundo para uma obra redentorista, com morte sacrificial. É um poderoso demônio no cristianismo popular.

Tartak: outro deus heveu, também citado em II Reis 17:31, cultuado pelos samaritanos e exacrado pelos hebreus de pura origem. Entendem-se vínculos de Tartak com Tártaro [II Pedro 2: 4], tratando-se portanto de um demônio chefe dos infernos, banido das hostes celestiais conforme aquela epístola, num inequívoco texto referente às citações de Gênesis 6:8.

Embora Demônios tenham significação bíblica para divindades pagãs que se tornaram espíritos impuros para os hebreus, a citação II Pedro 2:4 numa passagem obscura e não respaldada diretamente pelo Antigo Testamento, no ato subentendido, trata dos demônios como sendo os bíblicos anjos rebeldes. Também Judas 1:6, se refere aos demônios como anjos que foram indignos, deixaram os céus e que para eles foram reservadas escuridão e cadeias eternas, até o juízo do grande dia, num texto interpolado e confuso, com correspondente apenas em Apocalipse 20:10.

Ainda assim, para os cristãos e certos exegetas, não perdem, contudo, aqueles significados de espíritos impuros ou entidades do mal.

Claro está que para o cristianismo já distinto do credo judaico, os demônios ganham status de anjos decaídos, inferiores aos anjos de Deus, conforme fazem entender o apócrifo Tobias 8:3 [recorrência] e Apocalipse 12:7-10.

Para os cristãos, os Demônios como seres malignos, são incorpóreos, portanto espirituais, deixando, contudo, antever incapacidade da plenitude de seus atos se não estiverem de posse de algum corpo humano, por isso, continuamente procurando apossar-se dos homens, conforme Mateus 12:43-44, através de incorporações diretas ou por inspirações, a fim do empregá-los para seus próprios fins.

Suas possessões podem ser momentâneas [Lucas 9:39], mais ou menos prolongadas [I Samuel 16:4] ou prolongadas [Marcos 5:2], quase sempre caracterizadas por enfermidades internas, idiotias, deformidades físicas e perturbações mentais. Exorcismos e curas, praticados por Jesus, tem sentido messiânico bastante claro, quando vistos sob o ângulo das possessões demoníacas, ou, das doenças psicossomáticas.

Os Demônios podem estar numa pessoa ou num intermediário e causarem transtornos, a pedido ou mando, em terceiros, como traumas psicológicos, ruínas sociais, problemas financeiros, ruína familiar e mais as citações anteriores e outras não mencionadas. São exemplos os famosos e ditos trabalhos de macumbaria. Na Bíblia, muitas vezes, são os espíritos maléficos que se apossam de alguém com a permissão divina [I Samuel 16:14] ou um bom espírito [???] que Deus permitia incorporar no homem [I Samuel 11-6 e 18:10] ou causar dissensões [Juízes 9:23, Isaias 19:14] e indutor ao erro [I Reis 22:22]. Passagens como estas constrangem os cristãos.

Alguns dos maus espíritos têm diferentes missões e métodos, com possessões mais duradouras [tecnicamente imperceptíveis] ou mesmo fazendo-se entrantes, para altas realizações mundiais através de líderes políticos, cientistas e homens de notório saber, como aquelas que apontam para indivíduos praticamente nulos e que de repente se transformam numa outra personalidade, às vezes até animal, a exemplo do rei Nabucodonozor, conforme Daniel 4:23 ao 28 e 33 – versão Almeida.

Os demônios, como espíritos perturbadores, promovem, em suas ações [mas não necessariamente], fenômenos psicológicos e de efeitos físicos, alguns aterradores, muito dos quais vistos e estudados pela Metapsíquica, Parapsicologia e Espiritismo Científico.

Para o Cristianismo, independente de confusões de copistas ou enganos de tradutores bíblicos, os demônios têm sua existência reconhecida pelo próprio Jesus, conforme Mateus 12:27-28, e Lhe são inferiores.

Os setenta discípulos que Jesus enviou para certa missiologia reconhecem que os demônios a eles se submetiam, em nome d’Ele, Jesus. 

Todos os apóstolos reconhecem a existência dos demônios, os expulsam e fazem advertência aos crentes a respeito das ações e intenções demoníacas; os demônios são uma constante preocupação aos pais da Igreja dos primeiros séculos.

Muitos convertidos certamente não desprezaram de todo suas antigas crenças, não abominaram totalmente os seus deuses, daí a necessidade dos apóstolos e responsáveis fazerem sempre o alerta contra o demonismo. A insistência dos pais da Igreja em colocar para os fiéis, o nome de Jesus sempre superior sobre demais divindades ou demônios, demonstra claramente isso.    

I Corintios 10:14 ao 21, traz sérias advertências a idolatria e demonologia entre os corintios. Os demônios ali estão postos como divindades dos gentios, portanto, de culto proibido entre os cristãos, posto Cristo ser superior aos demônios.

Por tais razões, tantos textos bíblicos e referências dizem das repreensões e expulsões de demônios dos corpos de pessoas, de curas de doenças provocadas por aqueles seres, além das diversas citações em que os próprios crêem [Tiago 2:19] temem e tremem diante de Jesus ou apenas do ouvir falar Seu nome, a exemplo de conhecida passagem em Marcos 5:1 ao 20. 

Para aqueles que se fundamentam no Novo Testamento, os demônios são seres espirituais reputados idênticos aos espíritos imundos e aos anjos decaídos, com características e ações próprias de personalidade e racionalidade. Mateus 8:29 ao 31 mostra até uma certa sagacidade dos demônios, que questionam a ação de Jesus importuna-los antes do tempo ou acordo previsto e assim, para não se verem desalojados de algum corpo físico, rogam e lhes são permitidos, entrar em animais irracionais.  

Dos feitos demoníacos, o maior sem dúvidas é o sempre despertar de milhões e milhões de pessoas para lhes dar sustentações através de possessões, além de alimentar suas existências, também pela negação a Deus.

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sexta-feira, 14 de outubro de 2011

A Besta


Todos já ouviram falar da Besta 666, o Anticristo, Lúcifer, o Demônio, e todo o mal vinculado a estas figuras. O que poucos pessoas sabem é que um homem se intitulou "A Besta 666". A primeira idéia que pode nos vir à mente é tratar-se de um louco, um facínora, um celerado da pior espécie.


Só que este homem se diz o maior amigo da humanidade, herdou uma imensa fortuna gasta em editar livros que divulgavam sua filosofia libertária, Thelema (que ele dizia vir diretamente dos dirigentes invisíveis da Terra, a Grande Fraternidade Branca), enquanto outra parte foi gasta na criação de um centro de estudos de Magia, na ensolarada Sicília.


O nome deste homem era Edward Alexander Crowley ou Aleister Crowley, como ficou mundialmente conhecido, nascido na Inglaterra, no seio de uma família de abastados cervejeiros. Teve uma educação esmerada em Cambridge e pretendia seguir a carreira diplomática por influência de seu tio. Todos os elementos para uma vida prosaica, tranqüila e feliz se faziam presentes. Mas Crowley, ou talvez a deusa Destino, sonhou algo totalmente diferente. Seus interesses dirigiram-se para o alpinismo e xadrez, mas acima de tudo para a Magia, que se tornou o grande objetivo de sua vida.


Aleister Crowley se dedicou de corpo e alma em desvendar os seus mistérios e segredos, indo a fundo na sua busca, não se limitando por nada, derrubando todas as barreiras, experimentando todas as facetas da alma humana, de todas as formas.





Crowley vivia na Inglaterra Vitoriana, repleta de hipocrisias e falso moralismo (não muito diferente do mundo de hoje em dia), e era natural que todo o empenho, força e dedicação de Crowley a sua meta acabaria por chocar-se com a sociedade da época. Ele foi taxado de pornográfico, depravado, drogado, satanista e mais uma infinidade de rótulos. E, o mais
fantástico de tudo, estes rótulos ilustravam inúmeras atividades que de fato Crowley estava envolvido. Poderíamos encerrar o caso aqui, juntando nos as legiões que detratam a sua memória, mas antes disto cabe abrir um parêntese e falar sobre o que levou este homem a assumir este papel no mundo.


O ano de 1904 foi capital para Crowley, o mistério que iria persegui-lo por toda a vida estava por se revelar, como dádiva e maldição. Ele já era um Magista competente, iniciado na Aurora Dourada, uma das mais importantes Ordens mágicas de todos os tempos.


Nesta época, Crowley estava viajando o mundo. Em março e abril ele estava no Cairo, Egito, em companhia de sua esposa, Rose Kelly. O casal se entregava às alegrias da viagem de núpcias, mas nem por isso Crowley deixava de ser um Mago. Ele faz uma invocação de elementais do ar para sua jovem esposa, e qual não foi a sua surpresa, ao invés dos silfos a mulher começa a balbuciar: Hórus falava através dela. O deus prescreve então uma série de detalhes para um ritual de invocação, o resultado deste Ritual se da nos 
dias 8, 9 e 10 de abril, nos quais Crowley recebe o Livro da Lei, um poderoso Grimório de instruções mágicas, a Lei da era de Aquário. Crowley se choca com o conteúdo do Livro, mas a força das revelações lá contidas, influenciando eventos históricos de magnitude gigantesca (Primeira e Segunda guerras mundiais, por exemplo), deixou fora de dúvida a veracidade, beleza e poder do Livro da Lei.




Ditado por uma entidade de nome Aiwaz (que mais tarde Crowley associou a seu Eu superior). Nele, a Lei da nova era é sintetizada na frase Faze o que tu queres há de ser o todo da Lei, e tem como contraponto e complemento Amor é a lei, amor sob Vontade. Facilmente poderíamos imaginar um paraíso da libertinagem, mas a vasta obra de Crowley nos mostra que liberdade sim, mas com conhecimento, em suas próprias palavras:


O tolo bebe, e se embebeda: 
o covarde não bebe. 
O homem sábio, bravo e livre, bebe, e dá glórias ao Mais Alto Deus.


Sua filosofia mágica é sempre pautada pelo autoconhecimento, e fica claro que para nos tornarmos senhores de algo precisamos conhecê-lo, vivenciá-lo. O ser humano como divino é outro postulado Thelêmico, Todo homem e toda Mulher é uma estrela, ou seja, tem sua órbita e papel no universo e deve ser respeitado pelo simples ato de existir, mas não entendamos este respeito como piedade, mas sim como um ecossistema, onde cada parte cumpre a sua função.


Crowley, ao se colocar como a Besta do Apocalipse, está trazendo novamente a era dos homens deuses, onde a alegria a força se contrapõe à dor e fraqueza, Não seguimos ou adoramos um deus sofredor e morto numa cruz mais sim um homem deus que venceu a morte. O 666 é associado a Lúcifer e este, por sua vez, a Prometeu, que roubou o fogo dos deuses para que os seres humanos pudessem se tornar deuses.


Uma das definições de Crowley sobre o mal é esta: Primeiramente, por Mal queremos significar o que está em oposição com nossas próprias vontades; é então um termo relativo, e não absoluto. Pois tudo o que é o grande mal de um é o maior bem de outrem, assim como a dureza da madeira, que estafa o lenhador, é a segurança daquele que se aventura no mar num barco construído com aquela madeira.




To Mega Therion (A Grande Besta, nome mágico de Crowley) via a raça humana no começo desta era de Aquário como uma criança, então nada melhor que as suas palavras sobre como educar uma criança:


"Cada criança deve desenvolver sua própria individualidade, e Vontade, a despeito de ideais estranhos a si".


"Ela é confrontada com tais desafios como natação, escalada, trabalhos domésticos, e deixada livre para resolver de sua própria forma".


"Seu subconsciente é impressionado pela leitura de obras-primas, as quais se permite que se infiltrem em sua mente automaticamente sem pressão seletiva nem pedidos de compreensão consciente".


"Nada é ensinado a não ser pensar por si mesma".


"Ela é tratada como um ser responsável e independente, encorajada na autoconfiança, e respeitada pela auto-afirmação".


Crowley criou uma série de potentes Rituais para se autoconhecer e travar contato com inúmeras entidades, Deuses, Anjos e Demônios, sem falar em uma gama de símbolos de Poder e palavras de passe. Através destes Rituais, as pessoas entram em um novo universo (na verdade os abismos e alturas de seu próprio ser). Um bom exemplo é um Ritual chamado a Marca da Besta, uma alusão à marca recebida por Caim. Este ritual traz as energias do Novo Aeon ao praticante, quebrando uma série de condicionamentos e preenchendo-o com a energia dos quatro elementos encimados pelo Espírito. Um portal é aberto, um portal para a vida.


Os Rituais sexuais aprendidos na O. T. O. (Ordem dos Templários Orientais) muito influenciaram Crowley, (sem esquecer das contribuições de To Mega Therion a estes Rituais) e grande parte da Magia Thelêmica usa o sexo direta ou indiretamente. O Safira Estrela é um deles, e abaixo transcrevemos algumas de suas partes:


(Que o Adepto se arme com seu bastão Mágico e sua Rosa Mística).
A referência aqui é clara: o Bastão é o falo, a Rosa Mística a vagina. O sexo oral é uma das etapas, e a absorção dos Sacramentos deve ser o ponto alto.


O leitor poderá lembrar do "Tantra Negro" mas não é o caso, e práticas como essas são usadas no Tantra do sul da Índia, para onde os Dravidianos foram expulsos.


O uso de práticas homossexuais também é licito e para tal remetemos o leitor ao trabalho de Karl Gustav Jung, onde a Anima (Animus) aparece em sonhos no sexo oposto ao da pessoa e o self justamente surge como uma representação do mesmo sexo.


A palavra de poder do novo Aeon é ABRAHADABRA. A palavra ABRAHADABRA soma 418, temos assim a letra hebraica Cheth, valor 8, Yod, valor 10 e Tau, 400, eles são as chaves para Grande Obra. Yod sendo o Bastão (falo) e Cheth (vagina) o Cálice, unidos em Tau. Ou ainda Yod, o espermatozóide, e Cheth, o óvulo, unidos em Tau. A Cruz também pode ser um símbolo do Lingam e da Yoni unidos. Basta imaginar a haste Horizontal, a Yoni e a vertical, o Lingam. É importante salientar mais uma vez que o Safira Estrela pode ser feito de forma simbólica e os resultados são também muito bons. Deve avançar a Leste, fazer o Hexagrama Sagrado, e dizer: PATER ET MATER UNUS DEUS ARARITA*. (quer dizer: "Pai e Mãe um deus Ararita").


A união sexual como uma forma de união ao divino, dois que se tornam um. Que ele retorne ao centro, o centro de tudo (Fazendo o símbolo da ROSA CRUZ como ele deve saber) dizendo: ARARITA ARARITA ARARITA. A Rosa Cruz é uma alusão direta a união falo-vagina. Que ele diga: OMNIA IN DUOS ("tudo em dois"): DUO IN UNUM ("dois em um"): UNUM IN NIHIL ("um em nada"): HAEC NEC QUATOR NEC OMNIA NEC DUC NEC UNUS NEC NIHIL SUNT ("não há quatro ou tudo ou dois nem um nem nada"). O sexo como elemento e pórtico para a transcendência. Então que repita os sinais de L.V.X., mas não os de N.O.X.: pela epifania que ocorreu como resultado dos sinais da Rosa Cruz. Ou seja, o orgasmo magicamente dirigido.


Este ensaio é pequeno demais para abranger o meio século de Crowley dedicado à magia, mas espero ter esclarecido um pouco sobre a sua vida e obra.


* Nota: Esta Palavra consiste das iniciais de uma sentença que quer dizer "Um é seu início. Uma é sua individualidade: Sua Permutação é Uma"



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quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Os Leviatãs - A Nova Era



O 'Leviatã' é uma criatura, geralmente de grandes proporções, bastante comum no imaginário dos navegantes europeus da Idade Moderna. Há referências, contudo, ao longo de toda a história, sendo um caso recente o do Monstro de Lago Ness.

No Antigo Testamento, a imagem do 'Leviatã é retratada pela primeira vez no Livro de Jó, capítulo 41. Sua descrição na referida passagem é breve. Foi considerado pela Igreja Católica durante a Idade Média, como o demônio representante do quinto pecado, a Inveja, também sendo tratado com um dos sete príncipes infernais. Uma nota explicativa revela uma primeira definição: "monstro que se representa sob a forma de crocodilo, segundo a mitologia fenícia" (Velho Testamento, 1957: 614). Não se deve perder de vista que nas diversas descrições no Antigo Testamento ele é caracterizado sob diferentes formas, uma vez que funde-se com outros animais. Formas como a de dragão marinho, serpente e polvo (semelhante ao Krakken) também são bastante comuns.
O Livro de Jó, capítulos 40 e 41, aponta a imagem mais impressionante do Leviatã, descrevendo-o como o maior (ou o mais poderoso) dos monstros aquáticos. No diálogo entre Deus e Jó, o primeiro procede a uma série de indagações que revelam as características do monstro, tais como "ninguém é bastante ousado para provocá-lo; quem o resistiria face a face? Quem pôde afrontá-lo e sair com vida debaixo de toda a extensão do céu? ....Quem lhe abriu os dois batentes da goela, em que seus dentes fazem reinar o terror?...... Quando se levanta, tremem as ondas do mar, as vagas do mar se afastam. Se uma espada o toca, ela não resiste, nem a lança, nem a azagaia, nem o dardo. O ferro para ele é palha, o bronze pau podre" (Bíblia Sagrada, 1957: 656). Ao lado do Leviatã, no capítulo 40 do livro de Jó, aparece o Behemoth, vigoroso e musculoso animal terrestre, "sua força reside nos rins e seu vigor no músculo do ventre. Levanta sua cauda como (um ramo) de cedro, os nervos de suas coxas são entrelaçados; seus ossos são tubos de bronze, sua estrutura é feita de barras de ferro" (Bíblia Sagrada, 1957: 654). Na bíblia também fala que Deus enviara Behemoth para matar Leviatã. Eles terão uma grande batalha, onde os dois morreriam, mas Behemoth sairia vitorioso por cumprir sua missão.
A origem histórico-mitológica de tais animais descritos na Bíblia é uma questão um tanto obscura. Ambos animais têm sido associados a algumas sagas, o leviatã talvez esteja associado ao "Tiamat", uma divindade da saga da Babilônia. O que interessa, no entanto, é não se ater às diferentes opiniões a respeito desses animais que aparecem na Bíblia Hebréia, uma vez que os historiadores e teólogos da Bíblia não os relacionam ao mito político ao qual Hobbes se refere (Schmitt, 1938: 6).
Não obstante diferentes interpretações, o Leviatã aparece na Bíblia sob a forma do maior dos animais aquáticos, como um crocodilo ou então na forma de um enorme peixe, uma baleia. O behemoth, como animal terrestre representado sob a forma de um hipopótamo.
Na União do céu e do inferno, William Blake escreveu:
"Debaixo de nós nada mais se via senão uma tempestade negra, até que, olhando para oriente, entre as nuvens e as vagas, divisamos uma cascata de sangue misturado com fogo, e próximo de nós emergiu e afundou-se de novo o vulto escamoso de uma serpente volumosa. Por fim, a três graus de distância, na direcção do oriente, apareceu sobre as ondas uma crista incendiada: lentamente elevou-se como um recife de ouro, até avistarmos dois globos de fogo carmesim, dos quais o mar se escapa em nuvens de fumo. Vimos então que se tratava da cabeça do Leviatã a sua fronte, tal como a do tigre, era sulcada por listras de verde e púrpura. Em breve vimos a boca e as guelras pendendo sobre a espuma enfurecida, tingindo o negro abismo com raios de sangue, avançando para nós com toda a fúria de uma existência espiritual."
Conforme Jó 41:18-21, muitos também acreditam que o Leviatã pode ter sido um dragão:
18 Cada um dos seus espirros faz resplandecer a luz, e os seus olhos são como as pálpebras da alva. 19 Da sua boca saem tochas; faíscas de fogo saltam dela. 20 Das suas narinas procede fumaça, como de uma panela fervente, ou de uma grande caldeira. 21 O seu hálito faz incender os carvões; e da sua boca sai fogo escarlate.
A descrição no Livro Bíblico de Jó é hiperbólica. Sendo este livro narrado de forma poética deve-se ponderar a interpretação literal dos termos.

Acredita-se, que no Apocalipse Cristão, essa criatura das trevas se levantará , e espalhará pânico por toda a terra.



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